Neymar, o Santos e a retomada pelo Gosto do Futebol

Esperavamos que fosse pelo Ronaldo, no Timão...Esperamos ainda pelo Robinho, no Clube do Peixe. Mas o abrilhantamento explendoroso para a nação, deu-se no escudo da União Santista, deu-se pelo o inesperado- Neymar da Silva Santos Junior, 18 anos.18 anos?!?! Inesperado? Esperado? Acredito que o preparado (quase um paralelo ao  Iluminado de Stephen King, dirigido por Stanley Kubric e Interpretado por Jack Nicholson - isto é, tem tudo pra ganhar mesmo). A vida desses meninos, a vida de uma chance só. É vida que sepera do aconchego das mães, quando lá se  tem aconchego, bem cedo. É vida de quem se confina num alojamento e aprende a tomar conta de si e do que ti pertence, muito cedo. Talvez, seja vida de choros baixinhos no travesseiro, por medos bobos: do escuro, do barulho, dos mais velhos, companheiros, ou apenas daquela saudade da outra realidade, por pior  desenho que ela tivesse... mas era a realiade que lhe pertencia: era bola, era a calçada era a gritaria. Aquela mulecada toda reunida  na frente de casa, as havaianas nas mãos transformavam-se em luvas de proteção  do mais algoz dos meninos-goleiro. Quatro latas, de boca pra baixo, cheias de pedras, eram as traves que limitavam o espaço glorioso para o estandarte de ouro. Fossem em poucos, cinco pra cada lado, rua calmaria, periferia. E lá vai ele... é um, é dois, ginga o gingado do negrinho de Elis e Edu, o trançar dos passos é o transe do ataque. A bola é nada mais que o objetivo de existir, e o gol significa a felicidade. Comemoração, é de cair ao chão, abraços dos amigos, gritaria, criançada, o chamado da mãe, ver os olhos da mãe...Volta-se a cabeça  ao travesseiro, umedecido do choro abafado, do menino coletivo -não mais menino individuo, sujeito da alegria que ele próprio construia - menino investimento, lucro, progessão. Nem entendia muito bem o que isso tudo dizia, mas a mãe e o pai concordaram que fosse, era o melhor que podiam fazer: -o menino tem talento, e agente, tem o quê?. E, lá está,é escuro, é noite, e é tão pequeno-franzino, pelas rotinas e pelas regras, e o choro sai baixinho, soluço abafado, bem escondido. Adormece nessa sina.O Sol nasce  pra todos, todos os dias, continuemos nossa lida. Regras, horário, treino, campo, futebol. O que era instintivo vira tático;  o que era natural, fica esquematizado. Vixe, que coisa mais linda!É a luz de um grande prazer...mas a noite chega denovo, e vem mais uma, e vem outra vez....Até que se cresce, e se esquece (talvez) ou se supera, ou se descarrega... o trançar dos passos é o transe do ataque. A bola é nada mais que o objetivo de existir, e o gol significa a felicidade. Comemoração é de cair ao chão, abraços dos amigos... e o que se vê,então?! A multidão. Que bom, a vida lhe foi oportuna Neymar e, lapidou o sonho, você trilhou tudo isso por ela ...Vixeeee, que coisa mais linda!!!